O consumo de vinho cresce no Brasil ano após ano. Além do vinho ter caído no gosto do brasileiro, a pandemia iniciada no país em 2020 foi uma das responsáveis pelas mudanças de hábitos de consumo inserindo o vinho como uma das bebidas mais requeridas desde então.
O cliente, então confinando, encontrou no vinho um importante companheiro para se acalmar e ter acesso a uma bebida de qualidade. Porém, além de suportar o período do lockdown, o vinho passou a ser visto pelo consumidor como um importante item para realização de festas, eventos, reuniões com amigos e outras situações no período pós-pandemia.
Antes de 2020, a bebida era vendida mais nas festas de final de ano, como o Natal e o Ano Novo, porém com a pandemia, o vinho passou a estar mais presente nas mesas e nas geladeiras do brasileiro.
Consumo de vinho cresce no Brasil
Segundo dados oficiais de mercado, o consumo de vinhos nacionais e importados registrou um salto de 2 litros por pessoa para 2,8 litros entre os anos de 2020 e 2021.
Trata-se de um fator que registra um novo tipo de relacionamento entre o consumidor brasileiro e o produto. A proximidade que sempre existiu entre o brasileiro e a cerveja ou com a cachaça, começou a se aprofundar com o vinho.
Além de registrar aumento do consumo de vinho em casa, a bebida passou a ser mais consumida também em bares e restaurantes, gerando não somente pleno consumo do produto, mas de informações e de cursos on-line. Dessa forma, percebemos que, além de beber vinho, o brasileiro quer entender mais sobre a bebida.
O mercado internacional
Enquanto que no mercado nacional registramos expressivo crescimento, ao redor do mundo observamos redução no consumo de vinho devido à crise financeira internacional e à Guerra na Ucrânia e do reposicionamento dos produtores estrangeiros.
Números do mercado brasileiro
Durante a pandemia do Covid-19 entre os anos de 2020 e 2021, os consumidores brasileiros compraram mais de 400 milhões de litros, uma quantidade 18,4% superior ao maior volume já registrado desde o ano de 2000.
Em muitas áreas e segmentos de mercado, verificamos que o mercado brasileiro tem passado por profundas mudanças no perfil de consumo, e o vinho foi um deles. No ano de 2021, ainda durante a pandemia, o consumidor médio começou a procurar por bebidas de maior qualidade para atender a diferentes demandas e situações.
Nesse mesmo ano, foram comercializados cerca de 220 milhões de litros de rótulos, sendo que os vinhos de mesas corresponderam a 205 milhões das vendas. Os dados são oficiais e foram publicados pela Uvibra (União Brasileira de Vitivinicultura).
Antes dos anos de 2010 e 2020, somente consumidores de alto poder de compra costumam apreciar o vinho como uma bebida sempre presente na mesa e em outras ocasiões.
Além da necessidade e da descoberta da bebida por parte dos consumidores de classe média e média alta, devemos ressaltar ainda o esforço empregado pelas principais marcas nacionais, importadas e pelos revendedores que passaram a investir mais em marketing, principalmente no marketing digital que ampliou a presença de marcas e produtos do setor na internet.
Além do consumo direto, a apreciação da bebida aumentou para 28% entre os brasileiros no período de 2020 e 2021.
O vinho nacional
Claro que o vinho nacional tem presença nesse crescimento de mercado, principalmente com forte distribuição em supermercados e lojas especializadas no Brasil.
Em nosso país, a Região Sul, principalmente, na Serra Gaúcha, concentra 90% da produção nacional. A fabricação do vinho nacional já movimentou mais de R$ 11 bilhões em 2019, e esse valor ultrapassou a barreira dos R$ 15 bilhões entre 2021 e 2022.
Além da região Sul, em especial na Serra Gaúcha, o Brasil possui tradicionais pontos de produção no Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. E devemos lançar um olhar diferenciado para a produção a partir de vinhedos no Nordeste brasileiro que visa atender o mercado nacional e se posiciona para realizar importações para a América Latina.
Segundo dados oficiais da Wine Intelligence, o nosso país apresenta o dobro de consumidores de vinho branco e tinto em comparação com o ano de 2010, registrando uma penetração de consumo de vinho entre a população adulta de cerca de 36%.
Crescimento da importação
Apesar do aumento do consumo de marcas nacionais, a importação de vinhos chilenos, argentinos e até franceses têm chamado a atenção no mercado brasileiro.
As importações de vinhos registraram um salto de 120 mil toneladas, que movimentaram US$ 372 milhões de dólares no ano de 2019, para 160 mil toneladas que movimentaram cerca de US$ 478 milhões de dólares no ano de 2021.
Os dados são do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) do Brasil.
O nosso vizinho, o Chile, tem como seu segundo maior cliente o Brasil, o primeiro cliente é a China, sendo que o Brasil representou mais de 43% das importações brasileiras do setor de envios. Em 2021, o Chile exportou mais de 70 mil toneladas para o Brasil, movimentando valores na ordem de US$ 183 milhões de dólares.
Ao verificar que o consumo de vinho cresce no Brasil, devemos lembrar que o vinho argentino corresponde a 17% e 20% das importações brasileiras, contando sempre com isenção de impostos alfandegários previstos pelos acordos do Mercosul (Mercado Comum do Sul), o que gera uma vantagem competitiva em comparação com Portugal, Espanha, Itália e França.
Porém, os países europeus ainda representam cerca de 40% das importações no Brasil entre os anos de 2021 e 2022.
Conclusão
Portanto é importante compreender que o consumo de vinho cresce no Brasil devido às mudanças de hábitos acumulados durante a pandemia de 2020-2021, com o fortalecimento das ações de marketing por parte dos produtores e distribuidores e com a entrada de novas marcas nacionais e importadas em nosso mercado, o que tem criado um ambiente de crescimento inédito em nosso país.
Este foi um conteúdo um pouco mais informativo, esperamos que tenha gostado. Um forte abraço do seu Amigo Malbec Gramado!!!
